Domingo, 10 de Março de 2019

Neto de Moura, O Meritíssimo

 

 

 

Meritíssimo Neto de Moura.

Meritíssimo! Achas que foi boa ideia escolheres o dia da mulher e de luto pelas 12 mulheres e 1 menina ASSASSINADAS neste início de ano para dares a porcaria de uma entrevista ao Expresso?

Não percebeste, Meritíssimo, que os gajos do papel só querem chamar as atenções e o escândalo para vender o papel. Utilizaram-te para isso porque sabem não irias dizer coisa com coisa.

Ainda por cima, para dizeres que "os casos que julgaste não são particularmente graves".

Onde é que tinhas a cabeça quando pronunciaste essa frase, Meritíssimo? Então, dois homens batem numa mulher com uma moca de pregos. Isso não é grave e nem tem a ver com o sexo da agredida ou a sua separação do marido que é um direito próprio e não sabias que o inquérito diz que o outro homem nunca foi amante da senhora em causa. A senhora simplesmente negou a vagina a dois homens, porra. Então aquilo não é dela e não está no seu direito dar umas negas a duas bestas.

Meritíssimo! Não sabes que o código penal proíbe agressões, principalmente graves. Sim, Meritíssimo, uma moca de pregos não é uma palma da mão a dar um bofetada.

E furar os tímpanos a uma mulher que vai ficar a ouvir um zumbido durante toda a vida e daquele ouvido não ouve mais nada. Porra, não estou nada satisfeito contigo, Meritíssimo. Vê se lavas os miolos junto a um psiquiatra para estares em condições, ou, melhor, escolhe uma psiquiatra, talvez seja mais adequado para ti.

Meritíssimo, vê lá se te aparece um incendiário e se o mandas embora só para lixares o Partido do Governo que então zango-me mesmo. Apesar do meu nome sou português ultrapatriota e detesto ver a Pátria a arder porque a judicatura não prendeu um só incendiário. Vê lá como te comportas, não és independente da Pátria nem das portuguesas e dos portugueses. Em termos de justiça és o Estado, Meritíssimo, e isso não é ser independente. Pensa bem. Independente és quando estiveres de férias.

Ainda dizes que é preciso criar condições para que as mulheres não dependam tanto do marido.

Meritíssimo! Não sabes que vives em Portugal em que a população ativa feminina é ligeiramente superior à masculina. Em quase todos os casais, os dois cônjuges trabalham e, claro, em caso de divórcio há que separar os bens. Então, porra, isso não é justo, Meritíssimo.

Portugal é dos países da Europa que tem a maior percentagem de mulheres a trabalhar. A senhora que levou com a moca não queria saber do marido ou sei lá o quê para nada. Não deves ter lido os autos.

publicado por DD às 19:27
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