Albert Camus, prémio Nobel da Literatura, descreveu nesta novela ou pequeno romance o absurdo do funcionamento da justiça, em que um cidadão distraído e, como tal, tido como uma espécie de estrangeiro no Mundo pelo autor, é condenado à morte porque não mostrou demasiados entimentos em relação ao falecimento da sua mãe e no dia seguinte o mesmo tribunal iria julgar e condenar um parricida e matricida que nada tem a ver com o "estrangeiro" de Camus que vivia na Argélia e matou um árabe que o ameaçava com uma faca reluzente que projetava os raios solares e que levou o protagonista a carregar no gatilho de uma pistola emprestada e, com tal, não adquirida com a intenção de disparar contra alguma pessoa.
A verdadeira qualidade do livro não está apenas na história, mas sim na forma como o texto é escrito e como transmite uma sensação de se ler uma figura literária verdadeirmente estrangeira a um mundo que sendo dele não o é inteiramente. Como aconteceu com o Processo de Kafka foi também o estilo que me encantou mais que a descrição do acontecimento apesar de em ambs o verdadeiro protagonista é o absurdo.
Em Portugal vivemos o absurdo diariamente que significa a tortura aplicada a uma figura pública investigada a anunciada a todo o mundo como um facto consumado e noticiado na imprensa. Depois pode haver mais relatos acerca da tortura como a que foi aplicada a sócrates em que um interrogatório feito para irritar o arguido foi transmitido na televisão. Sócrates veio de Paris de propósito para se apresentar ao juiz Carlos Alexandre que o prendeu como se pudesse fugir quando ele vivia na capital francesa. Não foi dado relevo a esse facto, Sócrates foi torturado com o que foi escrito pelo Correio da Manhã que durante muito tempo serviu de instrumento de tortura, esteve preso preventivamente nove meses e passado dez anos depois a maior parte das acusações foram retiradas e irá a tribunal por qualquer coisa como fuga ao fisco, tendo a juíza que até é minha vizinha, mas nunca me falou sobre o caso, pedido escusa e recentemente foi promovida a desembargadora, pelo que assim tem a garantia que não julgará Sócrates para não ter de julgar também a tortura mental aplicada durante tantos anos a um personagem que merece um bom romance.
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