Aquilo que eu julgava que estaria a acontecer no plano social parece que está a falhar, ou seja, eu julgava que a maior parte dos europeus acabariam constituídos por pessoas de classe média.
Parece que sucede o contrário.
Olhando bem para as sociedades atuais e para a expansão do ensino universitário e politécnico observamos a proletarização do licenciado e mesmo doutorados.
Para os lugares de funcionário normal do Estado só entram licenciados. O exército português só quer licenciados para o quadro de oficiais contratados (ex-milicianos) que podem prestar serviço durante quatro ou oito anos e depois rua sem um cêntimo.
Hoje, os médicos começam a ser tão mal pagos em toda a Europa que são obrigados a fazer greve. Os jovens advogados não chegam a ganhar dois ordenados mínimos. O objetivo do capital é proletarizar o licenciado, principalmente, o especialista em informático que com a computação, a "cloud" e a automação substitui dezenas ou centenas de trabalhadores simples.
Para além disso, o trabalho flexível tornou-se moda.
Só o mercado dos "freelancers" aumentou 26% este ano e 51% das empresas mundiais só querem "freelancers" a trabalhar e trabalho precário, esquecendo que nestes casos, o dono do trabalho é o próprio trabalhador e tanto pode ser a lista de contactos com fornecedores e clientes como as tecnologias e organização da empresa.
A maior parte dos empresários não conhecem a história do Bil Gates que que trabalhou na IBM para depois ser convidado a sair e trabalhar como "freelancer", inventando nessa qualidade os programas máquina até ao Windows, ficando a IBM a ver navios e a ter de vender a sua secção de pequenos computadores que hoje são chineses com a marca Lenovo.
De qualquer modo, a tendência de uma Europa e EUA/Canadá de portas abertas aos países de trabalho quase escravo, mas já com muitos licenciados é o futuro previsto por Karl Marx, ou seja, um grupos de oligarcas constituídos por menos de 1% da população e proprietários de mais de 50% da riqueza mundial, uma classe média cada vez mais reduzida de capatazes dos oligarcas mais um vasto proletariado que consegue fingir que é classe média por formar casais com dois cônjuges a trabalharem sem filhos ou com um a dois. Como as novas gerações são cada vez em menor número, essas são herdeiras daquilo que as anteriores classes médias aforraram.
Hoje, fala-se em Portugal em reforma do Estado que é simplesmente reduzir os salários, substituindo funcionários por compuitadores e contratar trabalhadores precários e licenciados cada vez mais caros.
Nas finanças já só entram juristas ou economistas licenciados, ficando os lugares cimeiros e ainda mal pagos reservados aos doutorados
No caso português até o PR e o PM ganham salários baixíssimos para as responsabilidades que têm. O PR ganha menos de 5 mil euros mais mil e poucos de representação e o PM aufere 75% disso.
O crescimento dos partidos da extrema direita na Europa tem muito a ver com a proletarização das classes médias, repetindo-se o advento do nazismo como partido das classes médias empobrecidas por razões diferentes, enquanto que hoje, o fim das classes médias é o objetivo primário do capital que assim promove o aparecimento de nova crise mundial, já aque as classes proletarizadas e endividadas para ter casa e carro estão já em plena revolta num vasto número de países.
Esta evolução negativa foi bem expressa pela fascizante Isabel Jonet quando disse numa entrevista que temos todos de empobrecer.
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